Produção de Bovinos à Pasto
O mau manejo das pastagens, que leva ao seu processo de degradação, é um dos principais empecilhos do desenvolvimento da bovinocultura no Brasil.
Autor: Mateus Barcelos
O agronegócio brasileiro tem grande representatividade dentro da economia nacional, e esse cenário é reflexo da consagrada aptidão do país para produção agrícola e pecuária. No seguimento pecuário, a bovinocultura de leite e de corte tem expressiva importância, principalmente pela alta empregabilidade e receita gerada pelo país, se tornando atividades essenciais e que concedem ao Brasil um papel de destaque no ranking mundial de produção.
Considerando as condições brasileiras para produção de bovinos, é perceptível que o país tem forte vocação para produção à pasto. Tendo em vista sua vasta extensão territorial, condições climáticas favoráveis (temperatura, fotoperíodo e pluviosidade), coleção de forrageiras disponíveis e inúmeras instituições (públicas ou privadas) envolvidas no desenvolvimento de tecnologias. Além desses dois fatores, os sistemas de produção à pasto apresentam margens mais atrativas quando comparados à sistemas de confinamento, uma vez que os investimentos destinados a formação e manutenção das pastagens apresentam um menor custo quando comparados as lavouras comumente utilizadas por confinadores, possibilitando um aumento no retorno da atividade.
Ao se avaliar os números da pecuária bovina brasileira, a importância da cadeia produtiva torna-se mais evidente. Segundo dados do IBGE, em 2017, o nosso rebanho atingiu 218 milhões de cabeças, com taxa de crescimento em relação à 2016 de 1,4%. Desse rebanho nacional, é estimado que 90% dos animais são criados à pasto, com taxa de lotação média de 0,5 unidade animal/hectare. No entanto, apesar da importância das pastagens para produção de bovinos no Brasil, observa-se que o manejo agronômico e zootécnico desses sistemas é baseado no empirismo. Com a falta de conhecimento técnico, resulta em reposição inadequada de nutrientes nas pastagens, ajustes inadequados na taxa de lotação animal e um mau manejo do pastejo, levando as propriedades dedicadas à bovinocultura à baixos índices produtivos.
Fazendo uma análise mais detalhada desse agronegócio, observa-se que o principal gargalo apontado para produção de bovinos são os baixos índices de produtividade da atividade, tanto de leite como de corte, resultando em baixa rentabilidade por hectare e baixa remuneração do produtor. A essa baixa produtividade, a maioria dos especialistas atribuem o mau manejo das pastagens, que leva ao seu processo de degradação e diminui sua capacidade de suporte, parâmetro que indica o número de animais que uma pastagem consegue manter em um hectare para determinado desempenho predito. Ainda segundo eles, a área de pastagem estimada do Brasil é de 173 milhões de hectares, dos quais 70% encontram-se em algum estágio de degradação, com maioria em estágios avançados, cujo os atributos físicos e químicos do solo já se encontram comprometidos..
Ao se pensar no sucesso da produção animal a pasto, o aspecto de maior importância encontra-se na profissionalização do produtor rural frente à atividade. É indispensável nesses sistemas que o proprietário enxergue sua pastagem como uma cultura, digna de tratos culturais e manejos agronômicos, e com um capital passível de investimentos que trará retornos econômicos ao seu empreendimento via maior desempenho animal. Além da profissionalização, aspectos técnicos relacionados à formação de pastagem devem ser respeitados, como: diagnóstico do sistema de produção implantado ou projetado; escolha da planta forrageira com base em critérios agronômicos, edafoclimáticos e zootécnicos; cálculo da taxa de semeadura e escolha de semente comercial de qualidade; preparo da área com equipamentos agrícolas; calagem para correção da acidez do solo; e adubação de formação e manutenção/produção. Já no estabelecimento de sistemas de produção a pasto, são considerados tamanho das áreas de pastagem, planta forrageira implantada, número de animais no sistema, categorias dos animais, níveis de produtividade almejados, planos de adubação de produção e sistema de pastejo adotado. Todos esses aspectos supracitados são imprescindíveis para correta operação da atividade em termos de desempenho animal, pois desvios nesses dois processos (formação da pastagem e estabelecimento do sistema de produção) levam ao início e desenvolvimento da degradação da pastagem e do solo, comprometendo sua perenidade e produtividade, e consequentemente à baixas taxas de lotação por hectare, comprometendo o sucesso da atividade.
Visto a importância e as oportunidades para a produção de bovinos à pasto, podemos concluir que a viabilidade desse empreendimento está relacionada ao conhecimento técnico-científico a ser aplicado juntamente com a adequada gestão dessa atividade, o que vale salientar a devida importância de uma mão de obra qualificada para assessorá-los. Caso tenha alguma dúvida ou interesse, não deixe de nos contatar. Aqui na Vital Jr. sua produção animal é levada à sério!
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