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Água de Qualidade: Saiba como Tratar a água da sua Piscicultura.

Veja três técnicas utilizadas para o melhor aproveitamento sustentável da água na Piscicultura

Por: Selene Christine
Fonte da imagem: Canva

      A Piscicultura é uma área da produção animal que está em constante expansão, tendo um crescimento nacional de mais de 5% ao ano desde 2014, atingindo uma receita de cerca de R$9 Bilhões em 2022, segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura, sendo a atividade de produção animal que mais cresce no Brasil, graças a sua simplicidade de planejamento.

      Com o crescimento da piscicultura também há o crescimento da preocupação com a sustentabilidade dessa produção, ao considerar que boa parte desse setor seja de peixes continentais, se vê necessária uma preocupação com a água utilizada. O Brasil detém uma considerável parcela da água doce do mundo, outro ponto positivo na hora de iniciar uma piscicultura, porém não é um motivo para desperdício de água na produção, afinal a água doce é um recurso considerado finito.

      Uma solução para a garantia do uso eficiente dessas águas é o uso de um Sistema de Tratamento de Água eficaz, permitindo a otimização desse recurso de maneira a garantir uma qualidade da água melhor por mais tempo.

 Técnicas de Tratamento de Água

    Dentre as diversas formas de tratamento de efluentes, há três técnicas que se destacam, sendo as mais escolhidas nas propriedades ao longo do país, não havendo uma “certa”, apenas as que irão se encaixar melhor de acordo com o Sistema de Cultivo utilizado. As mais comuns são as técnicas de Policultivo, Recirculação e Lagoas de Estabilização.

Policultivo:

Fonte: Research Gate, por Doris Soto.

      O Policultivo, também conhecido como Modelo de Produção Integrada, se baseia na produção de mais de uma espécie usando os mesmos recursos, otimizando o uso do espaço, da água, e dos nutrientes disponíveis nos diversos níveis.

      Assim, pode-se utilizar o consórcio de espécies de superfície junto de espécies de fundo, trabalhando com diferentes peixes herbívoros e filtradores, ou até mesmo usando espécies filtradoras junto de espécies carnívoras, desde que o objetivo final seja apenas as carnívoras.

      Esse uso otimizado da água não se limita apenas à espécies de peixes, a Produção Integrada pode ser feita em consórcio da conhecida Aquaponia, de forma que a água utilizada para a piscicultura irá posteriormente ou concomitantemente ser utilizada para a produção de vegetais ou plantas ornamentais adaptadas.

      As desvantagens desse sistema se encontram na possibilidade de uma competição alimentar entre as espécies, se não haver o manejo alimentar adequado, porém não é comum o acontecimento quando usado espécies de hábitos alimentares diferentes.

 Recirculação:
Fonte: Panorama da Aquicultura.

      Recebendo a sigla de SRA’s, os Sistemas de Recirculação na Aquicultura funcionam como um sistema fechado onde o efluente corre por todos os tanques da linha, seguindo para tanques de tratamentos com filtros mecânicos e biológicos, que irão permitir que a água retorne ao sistema.

      Algumas vantagens desse sistema são as altas densidades de produção permitidas, quando instalado de maneira adequada, possibilitando a necessidade de menores áreas, além da alta sustentabilidade do sistema, uma vez que suas únicas perdas de efluentes são devido a evaporação.

      Esse é um sistema considerado mais especializado devido seu nível de tecnologia e investimento necessário para funcionamento, porém ainda é considerado um sistema simples e um dos mais sustentáveis na produção de peixes.

Lagoas de Estabilização:      
Fonte: Pensamento verde, por Corsan

      Comumente conhecidos por seu uso em diversos manejos de tratamento de água, as Lagoas de Estabilização trabalham com a formação de lagos artificiais para a manutenção dessa água por um determinado período de tempo, permitindo que haja o “tratamento natural” do efluente.

      Iniciando com uma lagoa de maior proporção, a lagoa Anaeróbica costuma variar de 3 a 5 metros de profundidade, recebendo um efluente repleto de matéria orgânica, onde na maioria dos casos pode até estar eutrofizado, para que nela haja a decantação e a ação de microorganismos anaeróbicos.

      Na segunda etapa, essa água seguirá o tratamento para uma lagoa que varia de 1,5 a 3 metros de profundidade, permitindo a passagem parcial da luz para fotossíntese e início do repovoamento de microalgas, enquanto continua o processo de sedimentação, havendo a ação de microrganismos facultativos.

      Por último, há a lagoa de maturação, com uma variação de 0,8 a 1,5 metros de profundidade, não havendo mais sedimentação, apenas a finalização do tratamento do efluente, podendo contar com a presença de peixes filtradores, que agora são capazes de sobreviver na água.

      A maior desvantagem desse sistema, é a necessidade de grandes áreas para a construção dessas Lagoas de Estabilização, levando a um investimento maior na propriedade.

 

      O que escolher?

      Para a escolha do Sistema de Tratamento utilizado, deve-se  levar em consideração fatores como o sistema de cultivo utilizado, área disponível, capacidade de investimento, além da logística da propriedade em relação à escolha.

      Considerando a abundância de efluentes e de território do Brasil, as grandes pisciculturas conseguem facilmente trabalhar com sistemas de larga escala como as Lagoas de Estabilização, porém essa não é a norma, nem a necessidade de pisciculturas de médio a pequeno porte, que podem ter uma eficácia produtiva muito superior com sistemas de Policultivo ou de Recirculação.

      Independente do sistema escolhido, o tratamento desses efluentes é de extrema importância para garantir a sustentabilidade da produção, diminuindo gastos, reutilizando e até mesmo garantindo que essa água não volte ao ambiente contaminado, evitando assim o esgotamento desse recurso e destruição de diversas espécies.

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Autor: Selene Christine
Consultora de Projetos.

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