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Autores: Isabela Maria Muzy e Petruska Montezuma Quintino
O manejo sustentável de pastagens é um conjunto de ações que visa otimizar a produtividade de forragem e o desempenho animal, minimizando o impacto ambiental e assegurando um retorno econômico positivo. Em sistemas de produção de gado de corte, essas práticas também contribuem para a redução do ciclo produtivo, garantindo maior eficiência e sustentabilidade.
Escolha da Espécie Forrageira
O primeiro passo para o sucesso no manejo sustentável é a escolha adequada das espécies forrageiras. É essencial optar por plantas adaptadas ao clima e ao solo da região (adaptação edafoclimática), que o produtor saiba cultivar de forma eficiente e que sejam bem aceitas pelos animais. A escolha correta não apenas garante uma produção eficiente, mas também contribui para a persistência da pastagem e a manutenção de boas condições físicas e químicas do solo a longo prazo. Além disso, a rotação, o consórcio e a associação de espécies forrageiras podem ajudar a manter a fertilidade do solo e a diversidade vegetal, promovendo um sistema mais resiliente.
Fertilização e Correção do Solo
Manter a fertilidade do solo é essencial para a produtividade das pastagens. A aplicação de corretivos e fertilizantes, como o calcário e adubos, ajuda a corrigir problemas de acidez e desequilíbrios nutricionais, garantindo que o solo ofereça condições ideais para o crescimento das forrageiras. Essas práticas asseguram que a pastagem se mantenha produtiva e com forragem nutritiva ao longo do tempo.
Uso de Leguminosas e a Fertilidade do Solo
A utilização de leguminosas em consórcio com gramíneas forrageiras tropicais é uma estratégia eficaz para aumentar a produtividade com baixo custo. Leguminosas, como o trevo e o amendoim forrageiro, têm a capacidade de fixar nitrogênio no solo, melhorando a fertilidade e reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos. Esta prática não só eleva a qualidade da forragem, mas também contribui significativamente para a sustentabilidade do sistema de produção, ao diminuir os custos com insumos e promover um ciclo de nutrientes mais equilibrado.
Controle de Plantas Daninhas
O controle eficaz de plantas daninhas é essencial para evitar a competição indesejada com as forrageiras. Métodos de controle, sejam químicos, mecânicos ou biológicos, devem ser implementados de forma integrada para garantir que a pastagem se mantenha produtiva e livre de espécies invasoras que possam comprometer o crescimento das forrageiras.
Controle da Altura da Planta e Manejo Pós-Pastejo
Um dos elementos fundamentais do manejo sustentável é o controle da altura da planta no momento da entrada dos animais no piquete, uma vez que determina a frequência de desfolha dos pastos. O manejo do resíduo pós-pastejo também é muito importante, pois controla a intensidade de desfolha dos pastos, geralmente situa-se de 40 a 50% da altura de entrada e, juntamente com o período de descanso, são igualmente importantes para manter a produtividade da pastagem a longo prazo. Monitorar esses fatores assegura que tanto os pastos como suas forragens sejam utilizados de maneira eficiente, concomitante ao bom desempenho animal e à sustentabilidade das pastagens.
Taxa de Lotação e Impactos do Pastejo
A taxa de lotação, que determina a quantidade de animais ou unidades animais (1 UA = 450 kg PV) por unidade de área, deve ser ajustada conforme as condições específicas da pastagem e as necessidades nutricionais dos animais. Uma taxa de lotação muito baixa pode levar ao subpastejo, resultando em acúmulo excessivo de forragem, enquanto uma taxa muito alta pode causar superpastejo, prejudicando a rebrota das forrageiras e a produção de forragem, assim como a qualidade da forragem e o equilíbrio do ecossistema pastoril (solo-planta-animal). Portanto, identificar a taxa de lotação ótima para uma dada pastagem manejada sob condições específicas, é crucial para maximizar a produção de forragem e a produtividade animal nos ecossistemas pastoris, concomitante à sustentabilidade das pastagens.
Tecnologias e Inovações
A adoção de tecnologias e inovações é um complemento valioso para as práticas de manejo sustentável das pastagens Sistemas de irrigação eficientes, permitem uma aplicação precisa de água, otimizando seu uso e reduzindo o desperdício. Além disso, o uso de drones aliado aos softwares de gestão para estimar as massas de forragem nos pastos, monitorar e ajustar as taxas de lotação adequadas aos objetivos almejados, pode aumentar a precisão na tomada de decisões, garantindo que as práticas de manejo estejam sempre alinhadas às condições atuais da pastagem e às necessidades dos animais.
Monitoramento Contínuo e Ajustes
O monitoramento contínuo da condição das pastagens e da saúde dos animais é essencial para o sucesso do manejo sustentável dos ecossistemas pastoris. Avaliações regulares da quantidade (massa de forragem) e da qualidade da forragem (valor nutritivo e consumo), da taxa de lotação e do estado geral da pastagem, permitem ajustes oportunos nas práticas de manejo. Esses ajustes podem incluir mudanças na rotação de piquetes, ajustes na taxa de fertilização e modificações nas estratégias de pastejo, sempre com o objetivo de manter a produtividade e a sustentabilidade destes sistemas a longo prazo.
Conclusão
A implementação de práticas de manejo sustentável é fundamental para otimizar a produção de forragem e melhorar a eficiência na produção animal, concomitante à preservação ambiental. A escolha correta das espécies forrageiras, o controle da altura da planta, a gestão adequada da taxa de lotação e a integração de leguminosas são estratégias-chave para alcançar uma produção de pastagens mais produtivas e sustentáveis. Com a adoção de tecnologias e um monitoramento contínuo, é possível criar um sistema de produção mais eficiente e economicamente viável, garantindo um equilíbrio duradouro entre produtividade e sustentabilidade.
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