Afinal, qual a diferença entre avicultura orgânica e caipira?!
Conheça os sistemas de criação que se tornaram uma alternativa à produção convencional de ovos.
Autor: Silvia Vitória Araújo
Atualmente, com a crescente busca pelo bem estar animal, muitas críticas tem sido feitas à maneira convencional de produzir, principalmente no tocante às instalações e consequentemente com as condições em que as aves são criadas, onde graças aos avanços tecnológicos e genéticos têm permitido maiores índices produtivos, conseguindo produzir cada vez mais em menos espaço. Nesse contexto, e em oposição ao método convencional, sistemas alternativos de produção têm ganhado força, como o colonial e o orgânico. Mas afinal, qual a real diferença entre eles?
A avicultura alternativa, também conhecida como colonial ou caipira, é um sistema de produção que preserva o bem estar das aves, com a consequente estimulação do sistema imunológico, diminuindo ou eliminando a necessidade de medicamentos quimioterápicos. A alimentação é baseada exclusivamente em produtos de origem vegetal, sendo proibido o uso de promotores de crescimento e ingredientes de origem animal (farinhas de sangue, penas, etc.). Os frangos e ovos coloniais são produzidos obedecendo a legislação federal (Ofício circular DOI/DIPOA nº 007/99, O.C. DIPOA Nº 60/99). Nesse sistema, as aves são criadas em confinamento (aproximadamente até os 28 dias de vida), após essa fase serão soltas em piquetes ao redor do aviário durante o dia, tendo acesso ao pasto, sombra e um espaço para caminhar livremente. Isto proporciona maior bem estar aos animais, diminuindo o nível de tensão e o risco de doenças. Nesse sistema serão permitidas as técnicas de debicagem e o uso de iluminação artificial. O sistema de produção do frango colonial obedece à legislação do Ministério da Agricultura e esse sistema possibilita o aproveitamento de alimentos alternativos como: pastagens, grãos, hortaliças, frutas e tubérculos, que complementarão a ração e diminuirão os custos com alimentação.
A utilização de resíduos de culturas, como raízes e folhas de batata-doce ou mandioca, podem representar uma economia substancial no custo de rações, gerando também benefícios ambientais pela menor emissão de carbono. As linhagens utilizadas são linhagens rústicas e bem adaptadas ao sistema de produção colonial, sendo originárias da Embrapa Suínos e Aves. Para produção de ovos utiliza-se a linhagem Embrapa 051, que produz ovos de casca castanha, os famosos ovos vermelhos, com cerca de 280 – 300 ovos até a 80ª semana. Para a obtenção de carne, utiliza-se a linhagem Embrapa 041, que atinge cerca de 2,5 kg de peso vivo aos 91 dias, oferecendo uma carne mais consistente e com um sabor diferenciado.
A produção orgânica possui algumas particularidades em relação aos outros sistemas de criação convencionais e caipiras. Além de possuir a certificação orgânica, não é permitida a utilização de agrotóxicos, adubos químicos sintéticos e tem como objetivo aumentar a biodiversidade e os ciclos biológicos, impactando menos o ecossistema. A garantia da qualidade dos produtos orgânicos no Brasil é controlada de três maneiras: Certificação, o Controle Social para Venda Direta sem Certificação e os Sistemas participativos de Garantia, formando o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg).
Todo o sistema de criação deve ser ao ar livre, ou seja, não haverá confinamento. Nas primeiras semanas, as aves devem ficar continuamente abrigadas, e na fase seguinte, livres durante o dia e recolhidas a noite em galpões amplos com acesso a poleiros que devem ser fechados para evitar a ação de predadores. Estes animais devem ser criados em piquetes com acesso a pastagem, onde vão realizar suas funções inerentes à espécie de exploração do meio ambiente e repouso.
A alimentação das aves deve ser 100% orgânica, e utilizam-se os fitoterápicos como forma de prevenção e tratamento de possíveis enfermidades que possam ocorrer dentro do sistema de produção, ou seja, se alguma ave apresentar algum problema, ela será isolada e não serão administrados medicamentos convencionais, seguindo as normas de regulamentação. Devem ser empregadas técnicas terapêuticas de homeopatia, fitoterapia e acupuntura, além das vacinas obrigatórias de Newcastle e Marek. Porém, o criador deve se atentar quanto aos fitoterápicos e/ou homeopáticos utilizados, pois deve-se consultar no momento da compra se esses produtos estão registrados e se são liberados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Portanto, esses sistemas de criação apresentados tornaram-se uma alternativa à produção convencional de ovos, onde os consumidores (que estão cada vez mais exigentes com o que tem na mesa e a maneira como esse alimento foi produzido). A produção de ovos caipiras e orgânicos tem ganhado força atualmente, criando um novo nicho de mercado para a avicultura de postura, garantindo ao seu criador, um produto de maior valor agregado e com crescente demanda no mercado.
Como você pode perceber, apesar de semelhantes, existem algumas diferenças entre os sistemas de criação apresentados. Essas diferenças envolvem custos e outras variáveis que, se não forem bem planejados e analisados, podem levar ao insucesso da atividade. Para auxiliá-los na tomada de decisão, não hesite em nos contatar. Na Vital Jr, sua produção animal é levada a sério!
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